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Pesquisadores do CI criam métodos computacionais que comprovam avanço do mar no Conde/PB

Professor Leonardo Batista e o aluno Luccas Matheus obtiveram maior precisão em imagens de satélite desenvolvendo métodos de visão computacional e processamento de imagens de satélite com a finalidade de segmentar e retirar nuvens.
última modificação: 07/03/2024 08h28
Métodos de visão computacional e processamento de imagens de satélite desenvolvidos pelo professor Leonardo Vidal Batista do DSC/CI e o aluno de Engenharia de Computação Luccas Matheus foram fundamentais para que um grupo de pesquisadores da UFPB e de universidades estrangeiras obtivessem dados impressionantes sobre os impactos do avanço do mar e o grau de erosão da linha costeira do município do Conde (PB), nos últimos 38 anos. 
 
Após quase quatro décadas de estudos, as conclusões apontam que nesse período o mar avançou cerca de 27 centímetros ao ano, perfazendo um nível de erosão de aproximadamente 10 metros no litoral do Conde. 
 
Esse importante estudo foi publicado, recentemente, no renomado periódico "Science of the Total Environment" , da editora holandesa Elsevier.  O periódico é classificado como Qualis A1 em 40 áreas avaliadas pela Capes/Mec, incluindo a área de Computação. O artigo científico, escrito em coautoria e que avalia as mudanças históricas e futuras da área litorânea do Conde é intitulado "Evolução costeira e projeções futuras no município de Conde, Brasil: uma avaliação multidecenal por meio de sensoriamento remoto e cenários de elevação do nível do mar"
 
Para vencer o desafio de alcançar a mais perfeita visualização de toda a costa, os pesquisadores do CI utilizaram imagens de satélite Landsat, o programa Digital Shoreline Analysis System (DSAS) e um algoritmo de filtro de Kalman para remoção de nuvens. O professor Leonardo Batista explica que foram criados métodos de visão computacional e processamento de imagens de satélite com a finalidade de segmentar e retirar nuvens. Dessa forma, a equipe pode obter maior precisão nas imagens, o que possibilitou a apresentação de dados mais confiáveis. 
 
"As nuvens são um dos maiores empecilhos para a visualização da superfície da Terra a partir do espaço. Quando em excesso, o que  é comum na zona litorânea do Nordeste, as nuvens introduzem um forte viés nos resultados, ou até inviabilizam uma investigação adequada", observa o professor, que integra o laboratório de pesquisa Aria/Visio do CI.
 
Ao ressaltar aspectos inovadores do trabalho que realizou em parceria com o estudante Luccas Matheus, Leonardo Batista destaca aspectos como a combinação de análises históricas e projeções futuras sob cenários de elevação do nível do mar, remoção de nuvens, utilizando metodologias avançadas, como filtro de Kalman e IA.  Quando aborda sobre a contribuição de todos os cientistas envolvidos na pesquisa, ele diz que esta diferencia-se por sua abordagem proativa na gestão costeira, enfatizando a necessidade de medidas adaptativas frente à erosão e inundação previstas." Este enfoque contrasta com estudos anteriores, marcando um avanço significativo na pesquisa sobre dinâmicas costeiras e adaptação às mudanças climáticas", finaliza.
 
No artigo científico, os autores, além de comprovarem uma taxa média negativa de alteração da linha costeira de -0,27 m/ano, entre 1985 e 2022, revelam que essas tendências erosivas foram aceleradas pela crescente atividade humana na ocupação da área.
 
Além dos pesquisadores do CI, esse estudo que indicou uma crescente atividade erosiva na faixa litorânea do Conde foi realizado com a contribuição de Celso Augusto Guimarães Santos e Gleycielle Rodrigues do Nascimento, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da UFPB;  Richarde Marques da Silva, do Departamento de Geociências da UFPB;  Bilel Zerouali, do Departamento de Hidráulica da Universidade de Chlef, Algeria; e Manoranjan Mishra, do Departamento de Geografia da Universidade Fakir Mohan, Índia.
 
As conclusões sobre as mudanças históricas e o patamar mais recente de elevação do mar no município chamou a atenção da imprensa local e nacional e motivou a realização de várias reportagens, que podem ser vistas nos links abaixo:



Texto e fotos : Madrilena Feitosa, da Assessoria de Comunicação do CI